domingo, 29 de agosto de 2010

Desfaço

Desfaço- me.
Repudio o que de melhor você possa fazer.
Enfureço-me,
E questiono a quem me puder escutar:
-Quem minhas mãos atou?
Enojo-me.
O que de tão mal eu fiz?
E rio,
Fingindo não sentir.
Quando foi que eu fiquei tão assim?
E você vê,
Entende o que meus olhos dizem melhor do que mil palavras.
Calo-me.
Mas não é forte o suficiente, meu ódio latente,
Pra fazer enxergar.
Então me perceber,
E me fazer entender
Não faço por mal te querer.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Inverso

Lembro de minha juventude...
Penso no tempo em que só o que havia, era o que realmente importava.
As tardes em que tudo poderia ser muito bom.
Invernos e manhãs.
Onde a preocupação era não saber por onde andava você.
Noites e verões.
Porque viver era também sonhar com o futuro.
Futuro que hoje se faz de recordar as tardes em que pensava ser.
Hoje sou somente sonhos, planos que mudei de direção, que estão no inverso do viver.

sábado, 7 de agosto de 2010

Olhos

Olhos profundos e inexatos
Expressam todo sentimento escondido na alma.
Olhos esses que não mentem,
Às vezes tímidos e nem sempre inocentes...
Olhos de dor e compaixão,
Olhos que enxergam em outra dimensão,
Olhos do "sim" e do "não",
Olhos com e sem razão,
Olhos da alma e não do coração (...)

INFINITO

Quando...
Quando abrir meus olhos, 
Quando enxergar,
Quando eu puder acreditar,
Quando deixar só de sonhar,
Quando meus pés tocarem o chão,
Quando o vento tocar minha mão,
Quando você sorrir,
Quando eu estiver por ti e você por mim,
Quando o quando acabar, e não mais restar nem o amanhã,
E se fizer outrora do infinito e do agora (...)

Lua Fina*

Queria a lua fina pra ninar meus sonhos, mas hoje está chovendo,
E as nuvens negras tomam conta do meu céu.
Mas que fiquem nuvens aventureiras,
Que com águas frias molhem todo o papel,
Pois, só assim, escrevo nas paredes onde todos podem ler;
Assim, nada escrevo nas paredes gélidas do meu ser.




(Imagem retirada da internet)

Sem Sentido

As lágrimas se foram,
Mas ainda sinto o gosto amargo do choro em mim que, mudo, me faz sofrer
Hoje gostaria de ter o silêncio e, nele, dormir sereno
Não queria palavras, tão pouco inspiração;
Somente queria o infinito da paz interior...
E quando as decisões perdem o sentido?
Feito está.
Mesmo desejoso, não posso nada alterar!
É patético alimentar minha própria dor
E ver que de tudo do tudo, nada restou...
Não faz sentido, podes compreender?
Tudo isso muda quando estamos só eu e você!

Agora

Agora

E se um dia a estrela do oriente se apagar?
Se eu abrir os olhos e não enxergar?
Se eu já não tiver minha canção de chorar?
Talvez esteja morta.
Talvez esteja agora.

E se um dia eu caminhar, caminhar e não encontrar?
Se o que eu for já não lhe bastar?
Se não houver mais leis, se matarem nossos grandes reis?
Talvez esteja morta.
Talvez esteja agora.

E se um dia meu querido sofrer me deixar?
Se não houver mágoas para contar?
Se a tinta da caneta acabar?
E a alegria? E se ela me contagiar?
Talvez esteja morta.
Talvez eu esteja agora.

Cinza

Era o melhor que poderia acontecer:
Cinza;
Era tudo que eu desejava enxergar...
Minhas cores estão mortas, enterradas em algum lugar sem fim,
Tudo que eu mais queria era poder calar dentro de mim...

Em cinza, as palavras giram, arranhando- me o céu da boca cinza,
E não saem;
Giram e gritam roucas, mas que cinzas loucas!
Enlouquecem, perdi até meu nexo do caminho inverso que fiz

Agora estou certo:
Eu quero a contra-mão!
Agora, que já não sei dizer mais "não"
Sem mais lágrimas nos olhos cinzas,
Choro ao perder ao vento cinza
(Tuas cinzas perdi)
O que restou de mim são cinzas;
Cinza eu mesmo escolhi...

Maria

                                                                 (Imagem retirada da internet)
Desperdiça sua juventude sendo o sei lá o que
E, quando der por si, estará tudo acabado: seu corpo, mente e alma
(todos destruídos por sua falta de percepção)
Ela não enxergou quando tinha o mundo na mão
Bêbada, mãe, mulher do Joaquim
Filha, amiga, e esqueceu-se de si
A vida agora é um outro alguém
Antes, carregava no ventre, agora na alma e além
Mantém a casa em ordem, a comida e o jardim
Nunca se esquece de preparar a comida do Joaquim
Rainha do lar
As unhas nunca esquece de pintar
Entre um choro e outro ela jamais deixa transparecer
O vazio em sua alma
A tristeza do seu ser

Pobres sonhadores!

Esperam da vida algo improvável, como um final feliz de um livro,
Decidem estar eternamente presos à perfeição
Que as últimas palavras de um conto de fadas trazem,
Sem mais mudanças, talvez somente adições das coisas boas que puderem imaginar,
Mas, nada que os possa surpreender ou trazer dor...

Insanos!
Aguardam desesperadamente o abrir da última página, incansáveis em esperar,
Desperdiçam suas vidas como inocentes crianças desejosas em crescer,
E, então, deixam a dor que é vital, lançam fora a  angústia e o choro
Que lhe desembaçam os olhos, o sofrimento cruel e necessário
Para sobreviver ao mortal labirinto  da vida

(A doce e traiçoeira vida,
Que nos dá e nos tira;
A real e a de mentira)

Parecer sobre a vida

                                                                (Imagem retirada da internet)

A vida é uma porta aberta,
Clara e limpa, solitária e esperançosa, esperando somente você passar;
É simples como respirar,
É uma pena que não saibamos como fazer...

É  uma linda mulher, educada e doce,
Solitária e convidativa, aguardando você se aproximar;
É simples como viver,
É uma pena que não consigamos compreender...